A vinda da família real ao Brasil, a abertura dos portos, o período joanino e a Insurreição Pernambucana de 1817
A vinda da família real
No início do século XIX, Portugal passava por uma grave crise econômica. Todavia, não era apenas Portugal que estava em crise. A Europa inteira (com França e Inglaterra como rivais) estava nessa situação, tanto econômica quanto militar.
Quando a França decretou o Bloqueio Continental, Portugal percebeu que, se aceitasse, colocaria suas colônias em risco (devido à reação da Inglaterra), e, se negasse, poria o próprio país em risco.
Foi aí que o príncipe regente, Dom João VI, viu que a solução seria negar o Bloqueio. Após negociações secretas com a Inglaterra, combinaram a transferência da corte portuguesa para a sua colônia na América, mais especificamente para a capital da colônia, que era Salvador.
A família real saiu de Portugal, com ajuda da Inglaterra, no dia 29 de novembro de 1807, chegando à colônia apenas em 1808.
Dom João VI, por José Leandro de Carvalho |
Inicialmente, a abertura dos portos protegeu os interesses comerciais dos portugueses, pois as taxas alfandegárias gerariam certo lucro.
No dia 1 de abril de 1808, D. Maria I revogou o alvará de 1785, liberando a instalação de manufaturas na colônia. No entanto, o sistema colonial português e a escravidão não permitiam o acúmulo de capital nem a formação de um amplo mercado consumidor. Além disso, seria impossível competir com as manufaturas inglesas, que eram predominantes.
Em 1810, foram assinados dois acordos: o Tratado de Aliança e Amizade e o Tratado de Comércio e Navegação, que estabeleciam:
1. Os súditos ingleses que viviam na América portuguesa só poderiam ser julgados por juízes ingleses;
2. Liberdade religiosa para os ingleses;
3. Compromisso da Coroa em extinguir, pouco a pouco, o tráfico de escravos para a colônia;
4. Taxa de 15% em tarifas alfandegárias para os produtos ingleses. (Os portugueses correspondiam a 16%).
Em 1815, o Brasil foi elevado à reino, deixando de ser apenas uma colônia e fazendo parte do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
Em 1816, D. Maria I faleceu, e em 1818 o príncipe regente assumiu o título de Dom João VI.
Outras ações de D. João foram a criação do Banco do Brasil, do jardim Botânico de Rio de Janeiro, o incentivo à produção do chá, a ampliação e a pavimentação de ruas, a construção e a reforma de casas, a introdução de vidraças, a criação da Imprensa Régia, a Casa da Moeda e também introdução da utilização do garfo e da faca.
A Insurreição Pernambucana de 1817
Em 1817, teve início uma insurreição em Recife, onde os pernambucanos passaram a alegar descaso do rei para com o Nordeste, já que houve aumento de impostos (para sustentar os gastos da Corte) que se juntava à crise do algodão e do açúcar, da seca em 1816, à difusão das ideias iluministas e à interferência portuguesa no comércio.
Os insurretos tomaram o poder, proclamaram a república e estabeleceram um governo provisório. Contudo, as tropas oficiais reprimiram a revolução. Os revoltosos, apesar de se renderem, receberam sentenças de prisão e enforcamento.
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